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PySpark: o que é e como usar na ciência de dados
Descubra como a API Python para Apache Spark facilita o processamento de dados em larga escala.
Se você busca uma forma eficiente de processar grandes volumes de dados, o PySpark pode ser a solução ideal. Esta API Python para Apache Spark permite que desenvolvedores utilizem a simplicidade do Python enquanto aproveitam a potência do processamento distribuído, essencial em Big Data e Machine Learning. Neste post, vamos explicar o que é o PySpark e mostrar como instalá-lo e configurá-lo em diferentes sistemas operacionais, além de apresentar um passo a passo sobre como utilizá-lo na prática.
O que é PySpark e para que serve?
PySpark é uma API Python para o Apache Spark, um poderoso mecanismo de processamento analítico projetado para manusear grandes volumes de dados de forma distribuída e em tempo real. Ele permite que os desenvolvedores utilizem a linguagem Python, conhecida por sua simplicidade e facilidade de uso, para interagir com as funcionalidades robustas do Spark.
O uso do PySpark é essencial em ambientes de Big Data e Machine Learning, pois possibilita a distribuição de tarefas em um cluster de máquinas, aumentando significativamente a eficiência. O PySpark é compatível com sistemas como Hadoop (HDFS) e AWS S3, permitindo uma flexibilidade maior na manipulação de dados armazenados em diferentes formatos e locais.
Dentre suas principais funcionalidades, destaca-se a capacidade de trabalhar com conjuntos de dados distribuídos resilientes (RDDs). O PySpark oferece uma interface através da biblioteca Py4J, que possibilita a comunicação entre Python e a Java Virtual Machine (JVM). Isso garante que os desenvolvedores possam aproveitar toda a potência do Spark enquanto trabalham no ambiente familiar do Python. Além disso, o PySpark inclui bibliotecas que potencializam suas capacidades analíticas, como PySparkSQL para consultas SQL e MLlib voltadas para Machine Learning.

O PySpark permite combinar a simplicidade do Python com a potência do processamento distribuído
Como instalar e configurar o PySpark?
Para instalar e configurar o PySpark, siga os passos abaixo, que variam de acordo com o seu sistema operacional (Windows, Linux ou Mac).
Instalação no Windows
Instalação do Java JDK:
Acesse o site da Oracle e faça o download do Java Development Kit (JDK).
Baixe o instalador para Windows Offline (64-bit) e execute-o.
Verifique a instalação no Prompt de Comando digitando
java -version
.
Configuração das variáveis de ambiente:
Abra "Editar as variáveis de ambiente".
Crie uma nova variável chamada
JAVA_HOME
com o valorC:\\Program Files (x86)\\Java\\jdk1.8.0_251
.Adicione
C:\\Program Files (x86)\\Java\\jdk1.8.0_251\\bin
aoPATH
.Crie as variáveis
HADOOP_HOME
(localização do winutils) eSPARK_HOME
(localização do Spark).
Instalação do PySpark:
Acesse a página do Spark e baixe o arquivo
.tgz
.Extraia o arquivo e mova para
C:\\spark
.Baixe o
winutils.exe
e coloque na pastaC:\\winutils\\bin
.
Finalização da instalação:
Abra o "Prompt de Comando" e digite
pyspark
para verificar a instalação.
Instalação no Linux
Instalação do Java JDK:
Acesse o site da Oracle e baixe o JDK para Linux.
Instale o pacote usando o comando apropriado (exemplo:
sudo dpkg -i <pacote_de_java>
).Verifique a instalação com
java --version
.
Configuração das variáveis de ambiente:
Abra o arquivo
~/.bashrc
ou~/.zshrc
e adicione as variáveis de caminho para Java, Python e Spark.Use
export JAVA_HOME=...
eexport SPARK_HOME=...
para definir os caminhos.
Instalação do PySpark:
Baixe o Spark na página oficial e extraia o arquivo
.tgz
.
Abrindo o PySpark:
Execute o comando
pyspark
no terminal e verifique a instalação.
Instalação no Mac
Instalação do Java JDK:
Baixe o JDK da Oracle para macOS.
Verifique a instalação usando
$ java --showversion
.
Instalação do Apache Spark:
Acesse a homepage do Spark e baixe o arquivo
.tgz
.Extraia o arquivo com
$ tar -xzf spark-2.4.6-bin-hadoop2.7.tgz
.
Configuração das variáveis de ambiente:
Abra o arquivo
~/.bashrc
ou~/.zshrc
e adicione:export SPARK_HOME="/Downloads/spark" export PATH=$SPARK_HOME/bin:$PATH export PYSPARK_PYTHON=python3
Abrindo o PySpark:
Execute o comando
pyspark
no terminal para verificar a instalação.
Como usar PySpark: Passo a passo
Para começar a usar o PySpark no processamento de grandes volumes de dados, siga o passo a passo abaixo:
Instalação do PySpark:
Requisitos: Verifique se você tem o Python e o Java instalados em sua máquina.
Instalação: Para instalar o PySpark, execute o seguinte comando no terminal:
pip install pyspark
Inicialização do SparkContext:
Após a instalação, importe a classe necessária e inicialize um SparkContext:
from pyspark import SparkContext sc = SparkContext(master="local", appName="Meu Primeiro Spark App")
Criando RDDs (Resilient Distributed Datasets):
Você pode criar RDDs a partir de uma lista ou lendo um arquivo:
numeros = sc.parallelize([1, 2, 3, 4, 5]) arquivoRDD = sc.textFile("caminho/do/seu/arquivo.txt")
Executando operações com RDDs:
Realize operações de transformação, como
map
oufilter
, e ações comocollect
oucount
. As operações de transformação são 'lazy'.
Trabalhando com DataFrames:
Você pode criar DataFrames a partir de RDDs ou de arquivos CSV:
from pyspark.sql import SparkSession spark = SparkSession.builder.appName("Exemplo").getOrCreate() df = spark.read.csv('seu_arquivo.csv', header=True, escape='\"')
Executando Consultas SQL:
Registre seu DataFrame como uma tabela temporária e execute consultas SQL:
df.createOrReplaceTempView("minha_view") resultados = spark.sql("SELECT * FROM minha_view WHERE coluna = 'valor'")
Análise exploratória de dados:
Utilize métodos como
show()
para visualizar as primeiras linhas do seu DataFrame:df.show(5)
Construindo Modelos de Aprendizado de Máquina:
Use a API de aprendizado de máquina do PySpark para construir e treinar modelos como K-Means:
from pyspark.ml.clustering import KMeans kmeans = KMeans(k=3, seed=1) modelo = kmeans.fit(df)
Avaliação de Resultados:
Avalie os resultados utilizando métodos apropriados e ajuste conforme necessário.
Optimizando o Processo:
Utilize o Spark UI para monitorar o desempenho e aplique técnicas de otimização, como particionamento e cache, para melhorar a eficiência das operações.

A combinação entre Python e processamento distribuído é excelente para processamento de dados em larga escala
PySpark vs Pandas: qual escolher?
Quando se trata de análise de dados e processamento de informações, tanto PySpark quanto Pandas se destacam, mas cada uma é mais adequada para certos tipos de tarefas. Vamos entender as principais diferenças entre elas:
Ambiente de execução
PySpark é projetado para lidar com grandes conjuntos de dados em um ambiente de computação distribuída, capaz de processar dados que não cabem na memória de uma única máquina.
Pandas opera em um único computador, limitando-se à memória daquela máquina.
Estruturas de dados
PySpark utiliza Resilient Distributed Datasets (RDD) e DataFrames.
Pandas utiliza exclusivamente DataFrames, mais intuitivos para iniciantes.
Capacidade de processamento
PySpark é ideal para tarefas que exigem alto consumo de memória e algoritmos iterativos.
Pandas pode apresentar problemas ao lidar com dados grandes demais para a memória.
Processamento paralelo
PySpark oferece suporte ao processamento paralelo, aumentando a eficiência.
Pandas não possui essa capacidade.
Fontes de dados
PySpark é versátil ao ler dados de várias fontes, como Hadoop e Amazon S3.
Pandas é mais limitado a arquivos de sistemas locais.
Integração com ferramentas de big data
PySpark se integra bem com ferramentas de big data, como Hadoop e Hive.
Pandas não oferece suporte para essas integrações.
Curva de aprendizado
PySpark apresenta uma curva mais acentuada, necessitando de conhecimento em computação distribuída.
Pandas é mais acessível para iniciantes na análise de dados.
Exemplos práticos e funções comuns no PySpark
O PySpark oferece uma série de funções e exemplos práticos que facilitam o trabalho com grandes volumes de dados. Aqui estão algumas das operações mais comuns:
Criando RDDs:
numeros = sc.parallelize([1, 2, 3, 4, 5]) arquivoRDD = sc.textFile("caminho/do/seu/arquivo.txt")
Operações básicas com RDDs:
numerosPares = numeros.filter(lambda x: x % 2 == 0) print(numerosPares.collect())
Manipulação de DataFrames:
dataFrame.select("coluna1", "coluna2") dataFrame.filter(dataFrame.coluna > valor) dataFrame.groupBy("coluna").sum("outra_coluna")
Tratamento de valores nulos:
dataFrame.na.drop() dataFrame.fillna(0)
Agrupamento e agregações:
dataFrame.groupBy("coluna").count()
Execução de consultas SQL:
dataFrame.createOrReplaceTempView("minha_tabela") resultados = spark.sql("SELECT * FROM minha_tabela WHERE condicao")
Função
locate()
:locate("Luciana", col("nome"))
Esses exemplos práticos demonstram como as funções comuns em PySpark ajudam a executar operações úteis, desde carregamento e processamento de dados até análise e visualização, otimizando suas tarefas de ciência de dados.
Vale a pena usar o PySpark?
Neste post, mostramos porque o PySpark tem se tornado uma ferramenta indispensável para quem lida com grandes volumes de dados, permitindo fazer manipulações eficientes e em tempo real. Desde a instalação até o uso prático, abordamos diversas funcionalidades que fazem do PySpark uma escolha sólida para profissionais de ciência de dados, especialmente em cenários de Big Data e Machine Learning. Ao trabalhar com esta API, você consegue alavancar a capacidade de análise e processamento, transformando dados em insights valiosos com muito mais agilidade.
Além disso, discutimos a comparação entre PySpark e Pandas, destacando as vantagens do primeiro em ambientes de computação distribuída e sua integração com outras soluções de big data. Se você almeja lidar com desafios maiores e otimizar suas operações de dados, o PySpark certamente merece um lugar no seu arsenal de ferramentas.